quarta-feira, 2 de março de 2011

Devassa






Se o objetivo era gerar polêmica, a campanha da cerveja Devassa com Sandy conseguiu. A moça que tem o estereótipo de "recatada mocinha" aparece no vídeo com um fundo musical estilo "vai fazer strip"e pega num copo de cerveja parecendo que é uma taça de champanhe. Não me convenceu e não tenho a menor vontade de tomar a cerveja.

Não me dá vontade porque cerveja cheira boteco, carne na brasa, sol e mulher gostosa. E cá pra nós, pagar o dobro por uma cerveja é coisa de mulher mesmo. É por isso que acredito ser o objetivo duplo, a Sandy mudar sua imagem e a Devassa aumentar sua participação no público feminino, que segundo pesquisa, das que ingerem bebida alcoólica, 88% das mulheres afirmam beber cerveja.

Pra mim não funcionou, mas para a garota que vai chegar no bar e dava biquinho no copo da colega, agora vai pedir uma Devassa, porque "se Sandy pode porque eu não?.

Além disso, deve servir também como pista....aquela mulher toda meiga tomando uma Devassa, na verdade pode estar querendo mesmo é ser Devassa!

Concordo com uma amiga que diz poder ser um tiro no pé!

Oração do publicitário desesperado…por André Gomes

Senhor,

Dê-me força para suportar a insistência dos novos clientes. Aqueles que acreditam que gosto e crase não se discute. E que rezam todas as noites sobraçando os manuais da faculdade como verdadeiros evangelhos anteriores à própria criação do universo e das agências de propaganda.

Abrande com seu sopro misericordioso a catinga ácida da pretensão e do mau hálito dos executivos que assassinam o idioma maltratando as palavras em campos de concentração tamanho A4 para depois acusar nossos textos enxutos de “fraquinhos”.

Ajude-me a não vomitar quando eu fingir achar graça de uma piada medonha daquele gerente de marketing que usa esmalte incolor e deixa crescer a unha do mindinho.

Abençoe este seu filho com a clarividência necessária para decifrar os briefings dos atendimentos distraídos.

Aumente minha paciência a cada novo pedido para “crescer” o logo do cliente.

Livre-me da fofoca, do “nada para amanhã” e do “tudo para ontem”. Dos atropelos do tráfego, do chefe bafejando no cangote, das surras de paus de arquivos e dos descontos no contra-cheque.

Acalme os ânimos dos ponteiros, sobretudo nas horas de aperto, nos minutos de pânico e nos segundos de desespero. O Senhor é justo, mas os nossos prazos…

Se puder me emprestar um pouquinho de sua onipresença para que eu possa assoviar e chupar cana ao mesmo tempo, também será bom.

Reserve-me a saúde possível antes que meu estômago sucumba a essa dieta diária de pizza de mussarela depois das nove e meia da noite.

E se acaso eu sentir o peso do mundo nos ombros, abra-me os olhos e o coração para mirar o céu cravejado de estrelas que a moça mais linda leva em suas costas repletas de pintas.

Ilumine as secretárias e os horários dos manda-chuvas das grandes agências, para que eu seja recebido ao menos uma, duas, quem sabe três vezes por semana para tomar um café e pedir um emprego em que se ganhe mais para se criar melhor.

Por favor, proteja meu portfólio da brisa gelada do ar-condicionado quando ele for obrigado a passar noites esquecido atrás da mesa dos diretores de criação, esperando por atenção e interesse.

E quando eu estiver ganhando bem e surgir um erro de proporções desastrosas, desses que envolvem o dinheiro do cliente, e a culpa cair sobre mim, faça-me acertar na loto no dia seguinte.

Assim na terra como em uma grande agência.

Amém.

terça-feira, 1 de março de 2011

Caminhando...



 

É..fazem dois meses e Continuo de Pé! Bem, a vida é assim mesmo, só sentimos falta quando perdemos...o que neste caso específico, é um pouco diferente, pois sinto falta do celular tocando a todo instante, serviços de última hora, falta de tempo para mim, etc. Não estou sendo ingrato, longe de mim, pois foram 10 anos e agradeço, mas eu estava repetitivo, acomodado e sem tempo para mim e para meus clientes. Já estou conseguindo criar, caminhar nos finais de tarde e tendo mais tempo para meus filhos. Sinto mesmo falta do meu velho, que neste domingo completam dois anos da sua ida - mas a família resistiu, netos chegaram e tudo caminha na santa paz.

Vou ali e volto.